No dia dedicado à luta pela liberdade de imprensa, parlamentar reforçou importância de preservar autonomia de profissionais e veículos de comunicação
O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado nesta terça-feira (3), e o recente ataque sofrido por jornalistas do estado durante o exercício da profissão, nortearam o discurso do deputado Sergio Majeski (PSDB), durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa (Ales). O Dia do Taquígrafo e o do Parlamento também foram destacados pelo parlamentar.
Majeski destacou o aumento no mundo, e, sobretudo no Brasil, dos ataques à imprensa e aos profissionais que atuam na área. Ele citou o caso da Venezuela onde, segundo reportou, há perseguição e controle da imprensa.
O deputado citou a expulsão de dois profissionais durante a cobertura de uma manifestação em Vila Velha, no último domingo (1º). Ele homenageou o repórter Alex Pandini e o cinegrafista José Jantorno, ambos da TV Vitória, emissora do Espírito Santo, que sofreram as agressões verbais e foram expulsos por manifestantes que participavam do evento.
“Há agressões verbais, físicas e assassinatos. Em toda sociedade democrática se reconhece a imprensa como um dos pilares da democracia. A imprensa não é santa. Não se trata aqui de endeusar a imprensa, mas de destacar a importância de uma imprensa livre, independente e plural. Se fizermos uma pequena reflexão, por exemplo, nos últimos anos no Brasil, grandes escândalos descobertos, não raro, começaram a ser investigados a partir de uma denúncia feita pela imprensa”, exemplificou.
Dia do Parlamento
O Dia do Parlamento, comemorado também nesta terça, e que celebra a instalação da primeira Assembleia Constituinte e da criação do Poder Legislativo no Brasil, em 1823, foi outro assunto abordado em discurso pelo deputado Majeski. O deputado considerou que o Parlamento passou a ter papel fundamental a partir da Constituição de 1988. Ele ponderou que não existe Poder mais importante que o outro na estrutura do Estado.
“Pelo Parlamento passam decisões fundamentais. Não há nada mais importante do que o orçamento do Estado. Como o governo vai gastar o seu dinheiro, onde vai gastar, de que forma vai gastar. E quem aprova o orçamento? É a Assembleia Legislativa, é a Câmara Municipal, o Congresso Nacional. Quando os orçamentos chegam, os deputados podem mudar tudo, se quiserem. Mas isso normalmente não acontece”.
Majeski concluiu ponderando sobre a atividade parlamentar. “O que observamos não é só uma falta de importância que a sociedade dá ao Parlamento. Sinto que os próprios membros do Parlamento não valorizam a importância e o poder que têm, se submetendo muitas vezes a outro Poder, sobretudo ao Executivo”, analisou.
Por Aldo Aldesco, com edição de Nicolle Expósito/Ales
Foto: Ellen Campanharo/Ales