Pesquisa garante protagonismo da cafeicultura brasileira


O Brasil é o maior produtor, exportador e segundo maior consumidor de café em nível mundial. A primeira estimativa de safra realizada pela Conab para 2023 aponta para uma produção de 55 milhões de sacas de café beneficiado, o que equivale a um incremento de 7,9% em comparação com 2022, que fechou em 50,9 milhões de sacas de 60 kg. Este aumento é ainda maior quando se considera apenas a expectativa de produção de café arábica beneficiado, que deve alcançar 37,43 milhões de sacas, 14,4% superior ao volume obtido em 2022. A safra do café conilon é estimada em 17,51 milhões de sacas.
Já a área total destinada à cafeicultura no país em 2023, totaliza aproximadamente 2,26 milhões de hectares com as espécies arábica e conilon, sendo 1,9 milhão de hectares destinados às lavouras em produção e 355 mil hectares em formação, o que indica aumento de apenas 0,8% em relação à área da safra anterior.

Esses números confirmam um histórico de sucesso da cafeicultura brasileira que tem adotado as tecnologias desenvolvidas pela pesquisa agrícola. A Embrapa, que neste ano completa 50 anos, coordena o Consórcio Pesquisa Café, que foi criado em 1997, e, não por coincidência, a participação brasileira na produção mundial, de acordo com a Organização Internacional do Café (OIC), passou de 19%, em 1997, para em torno de 30%, em 2022, sendo que área destinada ao cultivo encolheu em 20%, no mesmo período.
Em relação às exportações, em 1997, o Brasil vendeu ao exterior 16,7 milhões de sacas de 60 kg e, em 2022, 39,3 milhões de sacas, um aumento de 42,5%. Nesse mesmo período, o consumo interno brasileiro quase que dobrou, passando de 11,5 milhões para 21,5 milhões de sacas ao ano.
A Embrapa Café é a unidade descentralizada da Embrapa responsável pela coordenação do Consórcio Pesquisa Café e esse, por sua vez, formula, propõe, coordena e orienta estratégias e ações para geração, desenvolvimento e transferência de tecnologia de café. Atua também na promoção e apoio de atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação que são realizadas por unidades de pesquisa da Embrapa e pelas demais 46 instituições de pesquisa, ensino e extensão rural, que são integrantes do Consórcio. Além disso, contribui para a formulação de políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva do café.
De acordo com Antonio Fernando Guerra, chefe-geral da Embrapa Café, os objetivos da pesquisa cafeeira vão muito além desses resultados alcançados. “ O Brasil responde por um terço da produção mundial de café, mas existe expectativa de crescimento desse mercado por diferentes motivos, dentre eles o próprio crescimento populacional, fazendo com que a demanda seja de 210 milhões de sacas de café por ano até 2030. Assim, para que os Cafés do Brasil continuem mantendo esse protagonismo, a produção nacional terá que alcançar 70 milhões de sacas de 60 kg, na mesma projeção. Nós somos o único país hoje que detém todas as condições para fazer esse incremento de forma sustentável, tanto do ponto de vista ambiental, social, quanto econômico”, afirmou.
Guerra defende que para isso é necessário empregar as tecnologias já desenvolvidas pelo Consórcio e que estão disponíveis, e de mais investimentos em pesquisa, para o desenvolvimento de novas tecnologias, sobretudo para lidar com as mudanças climáticas e para garantir o tripé de sustentabilidade. “É importante ainda assegurar essa inovação em toda a cadeia produtiva do café”, concluiu.

Fonte: Embrapa

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