Colheita na área de atuação da Cooabriel registra atraso e falta de mão de obra

Já passamos da segunda quinzena de julho e a safra nas áreas de atuação da Cooabriel ainda não terminou. No Espírito Santo, onde está a maior área destinada ao café conilon do país, a safra teve um atraso devido às desuniformidades na maturação dos grãos e à falta de mão de obra. Estima-se que o Estado tenha colhido até o momento acima de 80% da produção.
“Nesta safra (2020/2021), ocorreram muitas floradas e devido às condições climáticas adversas no período, houve muito abortamento floral, que ocasionou uma menor proporção de frutos por roseta e consequentemente por plantas. As várias floradas na safra proporcionaram uma maturação desuniforme dos frutos prejudicando muito o início da colheita”, explicou o engenheiro agrônomo da Cooabriel, José Roberto Gonçalves. Ele ressaltou ainda o ataque da lagartinha e cochonilha da roseta que levou à significativas perdas de frutos em algumas lavouras.
Segundo o último boletim de acompanhamento da safra brasileira da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Espírito Santo, maior produtor de conilon do Brasil, produz cerca de 67% do volume total da variedade do país e, assim, as variações que ocorrem no estado influenciam a média nacional.
Outra dificuldade no Estado que não estava prevista foi a falta de mão de obra vinda de outras regiões. “Devido ao atraso na maturação e também por receio à pandemia do Coronavírus, muitos trabalhadores de fora que comumente vem para fazerem a colheita, não vieram nesta safra”, afirmou o gerente corporativo de comercialização da Cooabriel, Edimilson Calegari.
O sócio da Cooabriel, Élio Bayer, em parceria com o irmão Wanderley Bayer, administra propriedades em dois municípios: São Gabriel da Palha e Boa Esperança (ES). Segundo Wanderley, nesta safra tiveram muitas floradas, o que resultou na maturação desigual. Outra dificuldade foi encontrar mão de obra. “Muitos trabalhadores de outros estados, como Minas Gerais, Bahia e Alagoas, alegaram que não queriam se arriscar em razão de barreiras sanitárias em funçao da pandemia, com receio de perder a viagem, já que a distância é longa”, disse.
Ele lamentou que haverá queda em sua produção, mesmo com o aumento de áreas produtivas. “Para a próxima safra precisamos de chuva, mas não há previsão pelos próximos 15 dias”, afirmou.
Segundo o coordenador técnico da Cooabriel, o Engenheiro Agrônomo, Perseu Fernando Perdoná, a produção está irregular de acordo com a região. “Os resultados de colheita vêm sendo uma surpresa na maioria das regiões de atuação da Cooabriel, com quebra de produção no campo e no rendimento de café maduro para pilado. Isto representa a influência direta da desuniformidade das floradas e consequentemente da maturação dos frutos. A realidade desta safra nós somente conheceremos ao final de toda colheita – explicou.
De acordo com o gerente de armazéns da Cooabriel, José Carlos de Azevedo, já foram recebidos mais de 1,300 milhões de sacas pela cooperativa. “A qualidade dos grãos está dentro do esperado, porém há uma possibilidade de queda na recepção, algo que não estava previsto, mas, ainda é cedo para afirmar”, ponderou.
Em relação à Bahia, o presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello, explica que a colheita está mais adiantada, em cerca de 90%. “Em todas as áreas de atuação da Cooabriel (BA e ES), a qualidade está dentro do esperado. De um modo geral, há uma possibilidade de queda na produção entre 10 a 15%, o que ainda não está confirmado. Até o final de agosto essa informação será confirmada”, finalizou.
Cooabriel
Foto:Divulgação

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