A caravana do Cultura em Toda Parte 2022 desembarcou na cidade de Baixo Guandu. Entre os dias 18 e 20 de março, a cidade foi a sede das atividades culturais da Região 2, que contempla a microrregião centro-oeste, incluindo os municípios de Alto Rio Novo, Colatina, Governador Lindenberg, São Gabriel da Palha, Marilândia, Pancas, São Domingos do Norte, São Roque do Canaã e Vila Valério.
O Cultura em Toda Parte foi idealizado pela Secretaria da Cultura (Secult) e está sendo gerido por duas organizações da sociedade civil: o Instituto Parceiros do Bem e o Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA). Cada instituto vai cuidar de 100 ações, em cinco municípios e cinco finais de semana.
O Secretário de Estado da Cultura, Fabrício Noronha, destacou a importância do Cultura em Toda Parte, que promove a difusão da produção cultural no Estado. “É uma oportunidade de encontros, da gente circular com essa riqueza cultural do nosso Estado por praças, por espaços públicos das dez microrregiões. É um prazer estar abrindo essa caravana aqui em Baixo Guandu, na Praça Getúlio Vargas, com um público muito bacana que veio prestigiar a arte e a cultura de várias partes do Estado”, salientou.
A programação teve início na última sexta-feira (18), com as apresentações do teatro lambe-lambe A Orca e sua Amiga Foca, com Gabriel Pontes Fonseca Ferreira; e O Polvo e o Plástico, de Ana Claudia Souza Fonseca Ferreira. “Vocês me tiraram de Cachoeiro e me trouxeram para Baixo Guandu. A gente vai compartilhar uma arte que elas nunca viram. O Cultura em Toda Parte é realmente cultura em toda parte”, contou Ana Ferreira.
Em seguida, a programação ocorreu na praça Getúlio Vargas, com o espetáculo infantojuvenil Cardume de Aventuras. Na sequência, aconteceu a Mostra de Videoclipes, com a exibição de dez produções que unem a música ao audiovisual. E encerrando a noite, o show da dupla Washington Vieira e Claudio Lyra. “Levando a cultura para a praça. Despertando o sorriso de uma criança. É uma coisa realmente de um valor inestimável. Maravilhoso o Cultura em Toda Parte!”, disse a atriz Hélia Câmara, da peça “Cardume de Aventuras”.
No sábado (19), as apresentações tiveram início a partir das 17 horas na praça Getúlio Vargas. Eder de Oliveira abriu a programação com o show As Mais Tocadas do Eder de Oliveira. Na sequência, Renato Sabaini e Marcos Penitenti abriram a programação. Logo após, o sertanejo tomou conta do evento com a apresentação de Elias Wagner. Fechando a noite, a cantora Dayane Rosa. “Poder trazer a nossa música, as nossas composições e ser reconhecido por isso é fantástico”, comentou Marcos Penitenti.
Elias Wagner falou da oportunidade de reencontrar o público. “Ficamos dois anos parados. A gente fez aí um intensivão de lives. Agora, em 2022, a gente é agraciado com um projeto tão bacana. O público para mim é muita felicidade e muita alegria. Quero agradecer ao Cultura em Toda Parte, por ter proporcionado um momento especial como esse. Tanto para mim quanto para o público de Baixo Guandu”, disse.
No domingo (20), a partir das 14 horas, a programação começou com a contação de histórias Um Cesto de Histórias, com Brenda Caetano Perim. Logo após, aconteceu a apresentação de dança indígena do Grupo Guerreiros Tupinikim. Fechando o evento, as apresentações musicais do cantor Margozzo, com o show Músicas Tristes Que te Fazem Feliz; e da cantora Alinne Garruth.
Marco Antonio Reis destacou a circulação que o Cultura em Toda Parte promove entre os municípios. “Você vê o recurso chegando em cidades do interior, vê a oportunidade sendo dada para artistas independentes que vivem na labuta, ocupando tudo quanto é espaço que fazem arte por amor. Construir essa cultura, construir esse hábito, construir a normalização dessas ocupações dos espaços para eventos culturais, é levar cultura para toda parte”, completou.
Atividades de formação
Na sexta-feira (18) e no sábado (19), o público participou de quatro oficinas e duas palestras, com foco na cultura, com formações nos campos da fotografia, da escrita, leitura, teatro, botânica e captação de recursos.
O secretário Fabrício Noronha frisou a importância das atividades de formação no Cultura em Toda Parte. “Um destaque foi a parte de formações. Vários jovens, várias crianças participando ativamente, desde a quinta-feira, de uma programação riquíssima de oficinas formativas. Isso planta uma semente para um futuro com cultura, com respeito ao outro. É isso que a gente quer para o Espírito Santo, para o Brasil”, pontuou.
Quem abriu a programação na sexta-feira (18), foi Thais Gobbo, com a Fotografia, Olhares e Afetos. “A intenção desses dois dias de oficina é que a gente faça a aula teórica, que abordou os termos técnicos e como a gente consegue trabalhar o olhar antes de pegar na câmera em si, além das configurações para fazer fotos com o celular. Depois, apresentamos um novo olhar sobre a cidade com tudo que aprendemos na sala de aula. A turma tirou todas as dúvidas, desde informações técnicas até como poderia usar o aprendizado no dia a dia. Foi muito bacana”, enfatizou.
Uma das participantes da oficina Fotografia, Olhares e Afetos foi Daleti Pinheiro Felix, que aprendeu um novo olhar sobre o ato de fotografar. “Estou achando a oficina muito boa. Estou aprendendo muita coisa. Gostei da forma como a Thais explica. Achei muito bacana aprender sobre ângulo. Porque tem que ter ângulo para a foto sair perfeita. Sempre tive interesse em aprender a fotografar e quero continuar praticando”, disse.
Na parte da tarde, às 14 horas, teve início a oficina Corpo Popular, com Cleverson Guerrera. O instrutor contou como foi o processo de criação com a turma. “Foi bem desafiador. Foi o primeiro contato deles com a cena, com o fazer teatro. No primeiro exercício, eles se retraíram. Mas depois a gente foi quebrando, com a coisa do corpo, esse corpo popular que dá nome à oficina e, por meio de algumas dinâmicas, a gente foi conquistando e depois já estávamos ali plenos na atividade. Foi bem legal”, avaliou.
Nicole Fernandes Mariano foi uma das alunas que participaram da oficina ministrada por Cleverson. “Estou achando o curso uma novidade bem criativa e bem legal. Sou bem comunicativa e já fiz teatro na minha escola. No começo estava bem tímida, mas quando começou a dinâmica, eu fiz. Na oficina você ri, aprende com seus erros. Foi legal”, exclamou.
Também às 14 horas, teve início a oficina Escrita Poética, com Lívia Corbellari. “A cultura e a arte em locais, fora de Vitória, são muito importantes para a gente movimentar os artistas dos próprios locais, das nossas regiões e também fazer um intercâmbio com outros artistas de outras regiões e, assim, conseguir de fato que a cultura cheque em toda parte”, ressaltou a escritora e jornalista, sobre a importância deste projeto de circulação.
A programação do primeiro dia contou com duas palestras: Cultura e Botânica se Encontram na Construção de Saberes Locais, com Andressa Catarina; e Produção e Captação de Recursos para Projetos Culturais, com Ursula Dart. “Tenho uma formação de audiovisual, mas pretendo fazer uma troca com os alunos sobre a experiência de gestão, do dia a dia e da vida mesmo. Uma coisa mais abrangente dentro desse grande recorte que é fazer cultura” explicou.
No sábado (19), a programação de formações teve sequência e contou com uma nova formação, a oficina de Mediação de Leitura, com Lilian Menenguci. A pedagoga Daiane Berger foi uma das inscritas na atividade. Para ela, a ação foi uma grande oportunidade de ampliar o olhar para a educação. “Muito conhecimento, muita troca de experiências. Penso que vai ajudar muito na nossa vida pessoal e profissional também”, ponderou.
Para Lilian Menenguci estar na cidade de Baixo Guandu foi uma oportunidade de troca de saberes. “Cultura é direito! Estar com os guanduenses, conduzindo a oficina de mediação literária, trazendo o livro, a leitura e a literatura, foi uma experiência bonita, sensível e poética. Além da troca de conhecimentos, tivemos a oportunidade de nos conectarmos por meio da arte que, sem dúvida, transforma cada um de nós. A escuta sensível, o olhar curioso e a entrega de cada uma das pessoas marcaram o nosso encontro. Nele, sim, lemos as palavras. Mas também lemos o mundo que cada pessoa é. Uma mostra de que política e poética podem andar juntas”, argumentou.
Idealizado pela Secretaria da Cultura (Secult), com gestão e operacionalização do Instituto Brasil de Cultura e Arte (IBCA), apoio da Federação das Indústrias (Findes) e do Serviço Social da Indústria (Sesi), o Cultura em Toda Parte conta com recursos da Lei Aldir Blanc. O projeto é realizado via Chamamento Público para Seleção de Organização da Sociedade Civil (OSC), destinado à Gestão e Operacionalização do Projeto “Cultura em Toda Parte” – Circulação e Difusão de Atividades Artísticas e Culturais no Estado do Espírito Santo, por meio da Secult, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, do Governo Federal.
Venda Nova do Imigrante
Dando continuidade na programação, a Caravana Cultura em Toda Parte chega na sua terceira cidade, após passar por Vitória e Baixo Guandu. Para Venda Nova do Imigrante serão 13 apresentações artísticas, mostra de videoclipe, 4 oficinas e 1 palestra sobre criatividade. Apresentações artísticas e ações de formação vão ocupar o Centro Cultural Máximo Zandonadi, de sexta a domingo. Para as oficinas e palestras as inscrições estão abertas e são gratuitas. Toda a programação é gratuita.
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