O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) apreendeu equipamentos de pesca e caça submarina no Arquipélago das Três Ilhas. Com uma das maiores biodiversidades de ecossistemas marinhos do Brasil, o arquipélago faz parte da Área de Proteção Ambiental (APA) de Setiba, em Guarapari.
Durante as abordagens educativas e fiscalizatórias que estão sendo realizadas pelo Iema na região ao longo do Verão, foram identificadas nove pessoas praticando pesca com vara e caça submarina, com equipamentos e apetrechos para acamparem na Ilha Quitongo, uma das que compõem o Arquipélago das Três Ilhas. A ação contou com a participação de quatro servidores do Iema, sendo necessário o apoio da Capitania dos Portos do Espírito Santo.
“As pessoas estavam pescando em cima da pedra, já tinham até pegado alguns peixes e estavam com material de mergulho, o que ultrapassa os limites permitidos. As ilhas são sinalizadas com placas com as informações de que não é permitido esse tipo de prática. Por isso, a fiscalização do Iema estará sempre presente para tentar coibir esse tipo de agressão com a Área Protegida”, informou o servidor do Iema Marcelo Nascimento.
As pessoas foram encaminhadas à sede da Capitania dos Portos, em Muquiçaba, no município de Guarapari. Após o término da operação, as pessoas foram liberadas e, em momento posterior, receberão os autos de multas por terem infringido as regras de uso do Arquipélago das Três Ilhas.
Além da apreensão, outras 13 embarcações foram abordadas e receberam informativos sobre as regras de uso da Unidade de Conservação (UC). “No sentido de impedir a pesca ilegal no Arquipélago das Três Ilhas, para proporcionar um refúgio para a biodiversidade marinha e garantir um atrativo turismo ímpar para o Espírito Santo, as ações de educação ambiental e fiscalização feitas pelo Iema nos últimos meses nessa região seguirão ao longo do ano de 2024”, disse o servidor do Iema Gilberto Sipioni.
A embarcação de apoio aos pescadores ilegais que estavam na Ilha do Quitongo foi apreendida pela equipe de Inspeção Naval da Capitania dos Portos, após ser verificado que o número de inscrição da embarcação de apoio era falso. A ações seguiram ao longo das próximas semanas.
Saiba quais são as atividades proibidas no Arquipélago das Três Ilhas:
– Tocar e coletar organismos marinhos;
– Pesca;
– Jogar lixo;
– Cortar a vegetação;
– Som (música) tanto nas embarcações quanto nas ilhas do arquipélago;
– Acampamento: corte de vegetação para abertura de clareiras para colocar as barracas de camping. Além da destruição da vegetação nativa, as clareiras favorecem a proliferação das gramíneas exóticas invasoras e a erosão do solo, que fica exposto e é carreado para o mar, especialmente quando o terreno apresenta declividade. Nas Três Ilhas, a faixa de solo é muito fina, por isso, sua perda é crítica e representa um impacto significativo para o ecossistema local;
– Falta de banheiros: as pessoas devem ter consciência da falta de banheiros nas Três Ilhas, ficando proibidas as necessidades fisiológicas na unidade de conservação, pois causa do mau cheiro e da poluição do local;
– Uso do fogo e churrasco: aumenta o risco de incêndio. No ano de 2014, perdeu-se o controle do fogo de uma churrasqueira. Devido às rajadas de vento, toda vegetação da Ilha do Cambaião foi queimada. Com a queima da vegetação nativa, houve grande proliferação das espécies exóticas invasoras (gramineias e piteiras);
– Restos de comida: descarte de resto de carnes e demais alimentos atrai grande quantidade de urubus, que podem estar competindo por espaço (para ninhos) com as espécies nativas;
– Pesca: a captura de grande quantidade de peixes recifais, na maioria das vezes juvenis, já que a área é um berçário, provoca redução da população e contribui para o declínio populacional de muitas espécies.
Texto: Elisangela Alves
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