O que elas não esperavam é que o dia a dia na roça iria fazer tanto sucesso! Com mais de 12 mil seguidores no Instagram, as ‘Irmãs Amazonas’, como são conhecidas as jovens fazendeiras Valeska e Natieli Sperandio, de 30 e 34 anos, estão conquistando cada vez mais admiradores dos trabalhos que realizam na propriedade Córrego Olho D’água, em Baunilha, distrito de Colatina.
“Nós entramos no Instagram por sermos jovens, mulher e também para mostrar que o trabalho do povo do interior pode sim ser reconhecido, como aconteceu com a gente!”, comemorou Natieli.
As irmãs, que tocam a produção leiteira da fazenda, são empreendedoras assumidas e possuem até slogan “Firmes na lida, firmes no gole”. Antenadas nas questões jurídicas, registraram a marca “Irmãs Amazonas” e criaram camisa e boné personalizados, acessórios úteis e muito usados por produtores rurais.
Mas a história das “Irmãs Amazonas” nem sempre foi marcada por glamour e glória não! Desde que assumiram a administração da fazenda depois da morte do pai, há 16 anos, venceram muitos desafios, inclusive o preconceito vivenciado por muitas mulheres que comandam atividades no campo.
“No início eles falavam que a gente não ia conseguir tocar a fazenda, que íamos vender tudo e ir embora para a cidade. Mas não foi nada disso que aconteceu. Hoje temos poder de negociação e conquistamos respeito”, destacou Valeska.
Profissionalismo e comprometimento! Para dar conta da produção diária de 330 litros de leite, as “Irmãs Amazonas” acordam ainda no escuro, às 4h30 da manhã e o trabalho somente termina com a ordenha das vacas no fim da tarde.
Para o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) Paulo Foletto, a iniciativa das jovens fazendeiras deve ser comemorada. “A principal queixa da mulher do campo é a invisibilidade social e a falta de reconhecimento do papel importante que ela exerce. Sabemos que a mulher é a responsável por manter a estrutura da agricultura familiar. Iniciativas como as das “Irmãs Amazonas” contribuem para a inserção feminina no mercado agrícola, garantindo renda e autonomia econômica para muitas mulheres capixabas”, destacou.
Texto: Marcelle Altoé
Foto: Cláudio Costa